O uso pedagógico de filmes no ensino de Ciências

27-11-2010 23:09

Com o advento do uso da televisão na escola, muito se alardeou sobre as boas possibilidades que a TV proporcionaria ao trabalho pedagógico, facilitando-o e melhorando a aprendizagem. O surgimento da TV Escola proporcionou a oportunidade de construção de acervo com os mais variados temas que estavam agora ao alcance de todos. Para as escolas públicas seguiram kits de equipamentos para a captura, gravação e exibição dos programas que assim, podiam ser gravados em VHS na época do predomínio do vídeo-cassete e integrados ao acervo de materiais didáticos nas escolas. O tempo passou, a TV Escola hoje apresenta um acervo excepcional disponibilizado inclusive na internet mediante um cadastro dos interessados, mas, o uso desse material nas escolas como está? Quando novidade na época, como foi o seu uso? Como o professor encarou esse recurso e o que fez com ele? Boa parte das vezes os professores usaram como “sala de cinema”. Coloca-se um vídeo com uma temática interessante e muitas vezes associada a algum assunto em curso, mas, longe de planejar sua aplicação, sua intencionalidade didática para uso, encerra-se o vídeo e encerra-se a aula, quando esse vídeo é um documentário com o tempo adequado para ser visto numa aula. Sendo um filme, um longa metragem, o espaço de uma aula não permite apreciar todo o filme durante aquela aula, assim, é preciso usar outra para tal.

 
Como recurso de TIC, o uso de filmes no espaço de sala de aula, tem de ser pensado, pondera-se aqui que o próprio filme ao ser apreciado na íntegra não cumpre o seu papel educativo. Assim, tona-se necessário sua edição, um planejamento em que aspectos relevantes do filme sejam evidenciados em uma edição, e uma abordagem mais associada a estudo em si do que apenas ao lazer. Procedendo desta forma, o professor além de ensinar, fomenta a curiosidade dos estudantes para aquele tema apresentado. Para isso, numa edição deve ser levado em consideração elementos relevantes daquele filme, mas, mantendo o clímax ou mesmo ressalvando o final, mantendo-o incógnito, levando-os a assistirem ao filme em outro momento fora da escola, permitindo assim o interesse e uma visualização dos elementos didáticos intencionados na exibição na sala de aula, vivos e úteis.  Submeter crianças e jovens a filmes muito longos no espaço escolar, muitas vezes sem a objetividade necessária para a aprendizagem, é usar o tempo da escola de maneira inadequada. Transformar a escola no espaço de lazer que ele acha em casa, é também transformar a educação sistemática que seria o propósito escolar, em algo informal e descomprometido, passando a impressão de que se está fazendo algo diferente e que de certa forma agrada aos alunos, porém, sem os ganhos necessários para um aprofundamento da aprendizagem de modo intencional.